terça-feira, 24 de agosto de 2010
LEDAS FOLCLORICAS
SACI PERERÊ
SOU UM MOLEQUE TRAVESSO DE UMA PERNA SÓ.
FICO INVISÍVEL QUANDO BEM ENTENDER.
FUMO CACHIMBO E TENHO AS MÃOS FURADAS.
O MEU NOME É SACI-PERERÊ.
SOU ESPERTO, LIGEIRO, MAS TENHO UM SEGREDO.
A MINHA CARAPUÇA NÃO DEIXO NINGUEM TIRAR.
SEM ELA PERCO OS PODERES E QUEM PEGA-LÁ GANHA UM DESEJO QUE DEVO REALIZAR.
QUANDO CHEGO , DOU UM ASSOBIO MISTERIOSO.
DIZEM QUE SOU MALDOSO E TAMBÉM BRINCALHÃO.
ESCONDO BRIQUEDOS, TRANÇO A CRINA DOS CAVALOS.
DERRAMO SAL NA COZINHA E FAÇO A MAIOR CONFUSÃO.
EXISTE OUTRO SEGREDO QUE SÓ CONTO UMA VEZ:
TEM UM SACI EM CADA REDEMOINHO DE VENTO.
PARA ME PEGAR É PRECISO SER BEM RÁPIDO E JOGAR EM MIM UMA PENEIRA OU UM ROSÁRIO BENTO.
MULA-SEM-CABEÇA
QUANDO OUVIR UM RELINCHO ALTO E UM GEMIDO UM BARULHO DE CASCOS DE FERRO A GALOPAR, SAIBA QUE SOU EU, A MULA- SEM- CABEÇA.
E QUEM CRUZAR O ME CAMINHO EU VOU ASSOMBRAR.
SOU UMA MOÇA QUE EM MULA SE TRANSFORMA,NA NOITE DE QUINTA-FEIRA, AINDA MAIS SE É LUA CHEIA.
FIQUEI ASSIM POR SER A MULHER DO PADRE.
E ANTES DE VIRAR MULA DIZEM QUE EU NÃO ERA FEIA.
SOLTO FOGO E DE LONGE SE OUVEM OS MEUS RELINCHOS ESTRIDENTES.
OS MEUS CASCOS SÃO DE FERRO OU DE PRATA.
GALOPO A NOITE TODA E ELES SÃO BEM RESISTENTESPARA ME DESENCANTAR PRECISA SER CORAJOSO.
TEM QUE ME ESPETAR ATÉ O MEU SANGUE PINGAR.
UM OUTRO JEITO É TIRAR FORA O MEU CABRESTO.
SE ISSO ACONTECE, VIRO MULHER E COMEÇO A CHORAR.
ENQUANTO NINGUEM DESFAZ O MEU FEITIÇO, CONTINUO SEM CABEÇA PELA NOITE A ASSUSTAR.
CURUPIRA
EU VIM DA FLORESTA PARA ME APRESENTAR.
MEU NOME É CURUPIRA.
VIVER NA MATA É O MEU DESTINO.
SOU UM ÍNDIO PEQUENO, MAS MUITO FORTE.
RENHO CABELOS VERMELHOS E CORPO DE MENINO.
MEUS CALCANHARES SÃO PRA FRENTE E MEUS PÉS, PRA TRÁS, DEIXO PEGADAS AO CONTRARIO QUE ENGANAM MUITA GENTE.
TOMAR CONTA DE TODA A MATA É A MINHA MISSÃO.
CUIDO DOS BICHOS E BRIGO COM QUEM CAÇA POR MALDADE.
FAÇO OS CAÇADORES SE PERDEREM NO CAMINHO. E SE FOR PRECISO ATACO SEM PIEDADE.
DAS PLANTAS E DAS ÁRVORES TAMBÉM SOU PROTETOR.
CUIDO DELAS COM CARINHO E DE TODAS SOU CAMARADA.
SE AMEAÇAR UMA TEMPESTADE,
FICO ATENTO.
EXAMINO COM CUIDADO SE RESISTEM Á CHUVARADA.
GOSTO DE GANHAR PRESENTE DE QUEM ENTRA NA MATA.
FLECHAS, FUMO OU COMIDA PARA MIM PODEM DEIXAR.
IARA
SOU UMA SEREIA DE CABELOS LONGOS E NEGROS.
MORO NOS RIOS E TENHO UMA BELEZA RARA.
MEU CORPO É METADE MULHER, METADE PEIXE.
GOSTO DE MUITO DE CANTAR E O MEU NOME É IARA.
AS VEZES, SENTADA NAS PEDRAS OU NA AREIA, COM O MEU PENTE DE OURO FICO A ME PENTEAS.
ASSO O TEMPO BRINCADO COM O ESPELHO DAS ÁGUAS PARA ME ADMIRAR.
O EU CANTO MÁGICO ECOA PELA FLORESTA.
RESSOA PELA ÁGUA E ATRAI QUEM OUVE A MELODIA.
OS HOMENS ME SEGUEM ATÉ O RIO.
E DESAPARECEM À PROCURA DA MINHA COMPANHIA.
AQUELE QUE ME OLHA NÃO CONSEGUE ESCAPAR.
FICA LOGO ENFEITIÇADO COM A MINHA BELEZA.
SOU CONHECIDA COMO A RAINHA DAS ÁGUAS.
ENCANTAR E SEDUZIR SÃO DA MINHA NATUREZA.
FORA DA ÁGUA ME TRANSFORMO EM UMA LINDA MULHER.
MAS VOLTO RÁPIDO PARA O RIO.
BOTO COR DE ROSA
SOU O BOTO, UM GOUFINHO DO RIO AMAZONAS.
DE DIA FICO NA ÁGUA E DE NOITE SOU UM MÍSTERIO.
DIZEM QUE EM HOMEM POSSO ME TRANSFORMAR.
A TRANSFORMAÇÃO SÓ ACONTECE AO ANOITECER.
EU VIRO UM MOÇO BONITO,ALTO, E FORTE.
MAS AINDA FICA UM FURO NO ALTO DA MINHA CABEÇA.
ENTÃO USO UM CHAPÉU PARA ESSA MARCA ESCONDER.GOSTO DE DANÇAR E NOS BAILES PROCURO UM AMOR. NAS FESTAS SEMPRE DEIXO UMA MOÇA APAIXONADA. NO FIM DA NOITE, LARGO TUDO E VOLTO A SER BOTO VOU LOGO PARA O RIO ONDE É MINHA MORADA.
NÃO FAÇA MAL A NINGUEM SÓ QUERO NAMORAR
BUMBA- MEU- BOI
PODE ME CHAMAR DE BUMBA-MEU-BOI.
SOU UM BOI DIFERENTE, COLORIDO E FESTEIRO.
FEITO DE PAPELÃO, MADEIRA, PANOS E FITAS.
MINHA FESTA É DE NOVEMBRO A 6 DE JANEIRO.
NO BRASIL INTEIRO, TODOS ME CONHECEM.
TENHO UM NOME DIFERENTE EM CADA REGIÃO.
BOI-BUMBA, BOI-DE-REIS, BOI-CALEMBA, SEJA COMO FOR, MINHA FESTA É UMA TRADIÇÃO.
POR ONDE EU PASSO VOU BRINCANDO E DIVERTINDO.
O POVO ME ACOMPANHA COM GRANDE EUFORIA.
VÃO VESTINDO DE VAQUEIROS, COM ROUPAS COLORIDAS. SEGUINDO DE CASA EM CASA COM MUITA ALEGRIA.
DENTRO DE MIM FICA UM HOMEM DANÇANDO.
GIRO, ANDO, CORRO, BRINCO E ME MEXO SEM PARAR.
O POVO SE ANIMA QUANDO ALGUÉM TENTO CHIFRAR.
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